29 novembro 2006

"... Ouvindo a chuva cair
No pé um pingo aqui
Fico sozinha, distraída ..."
August Day Song
Na voz de Bebel Gilberto

Com olhos de ver

criam
imagens
e fantasias
sobre o outro
sobre

(todo)
o mundo
é perigoso
que se fique
nessa redoma
onde

o vidro é fosco
embaralha visão
distorce realidade
e

se um dia
com olhos
de devaneios
da redoma
resolver sair?
tenho pena, tenho dó
não enxergará

o amor
é utópico e

incompatível dirá
como intocável

classificará
de tão perto

que está
o medo fará

sair em busca
de algo menor
mais frágil
menos trabalhoso
- mesmo que fútil -
do que

sua mente criou
enquanto

na redoma ficou
assim,

se sentirá melhor
menos só
e superior ao dom
do sentir

amor
querer bem
tenho pena, tenho dó
mas
se da redoma sair
e conseguir

enxergar
o brilho nos olhos
e a química
que não há como negar ?
momentos vivenciar

sem tempo
nem pressa
só com vontade
instintiva
se entregar

e experimentar
o toque na pele
cheiro e gosto

e ao (des)conhecido

se revelar
tenho pena, tenho dó
de que nunca

experimentar
sair da redoma
e querer enxergar

27 novembro 2006



"Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém, não enxergaríamos mais a nós mesmos."
Livro Através do Espelho *
Jostein Gaarder
*Um das piores coisas - para mim - é "perder" um livro. Não lembrar se emprestou e se emprestou não lembrar para quem foi. Prefiro acreditar que guardei tão bem guardado que o escondi. Minimiza a falta que ele faz entre os demais porque mesmo que eu compre outro; não é a mesma coisa...

O fim do quebra-cabeça

É difícil nesse momento
Controlar o impulso
Sentimento
e não te procurar

Um clique no lugar errado
Retorna todo um passado
De palavras expressas
em mim
Já não sei quanto tempo faz
Um ano, dias ou horas atrás
Posso dizer da sensação:
ruim
Não sei por quanto tempo
Vai prevalecer a mania
O costume de te recordar
Querer (te) viver
Estou cansada; admito
Sinto que os segundos
São teus inimigos
Pois querem te levar de mim
Fraca e esgotada
De tantos pensamentos
A cada dia
Mais eu me rendo
A um futuro
Veloz
Que página em branco
Está me oferecendo
E que por medo
ou falta de coragem
Eu ainda não disse o
SIM
Para proposta de trocar
Recordações por rasuras
Deixá-las na memória
E não mais como algo
Em mim
FIM

Bom é concretizar sonhos. Ser espectador do sonho alheio é tão bom quanto.

Sábado. Casamento da prima. Tatiana e Cleber. Ela linda, realizando um sonho. Muita chuva. Alagamento. Dizem que é sorte. Assim seja! Parte da família reunida. Da igreja para a festa. Muita conversa, risada. Negociação do bouquet. Clima família com final feliz.

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Teatro Infantil é pra adulto também
Domingo. Ingressos para peça infantil BRINQUEDOS E INVENTOS PARA DANÇAR*. Oito ingressos. Fomos em quatro. Apenas uma criança. Fico fascinada com esse mundo lúdico e da maneira como nos pega pela mão e nos leva, sem cerimônias. Já no teatro me divirto com a expressão, riso e com os comentários das crianças. Espontaneidade dos sentimentos que me contagia com o riso. Efeito colateral: sorriso. Do meu lado, um garotinho descalço acaricia com a ponta dos seus pequeninos dedos o meu pé que veste sandália. Saindo de lá eu, Cynthia, Ana Luiza e Mariana fomos tomar sorvete. Tarde tranqüila. Com a criança interior abastecida, voltei pra casa onde fiquei conversando horas com Mariana no meu quarto. Preciso trocar a lâmpada.
Citações da peça:

Camaleão é um bicho, aquele que esticou a língua e engoliu o arco-íris.

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Passa uma Borboleta
Fernando Pessoa
Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.

*Peça BRINQUEDOS E INVENTOS PARA DANÇARA Confraria da Dança convida a criançada para uma brincadeira de inventar movimentos e palavras, ligar pontos e emaranhar fios. Todos juntos embarcam numa história sem pé nem cabeça, ou melhor: com pés e cabeças dançando pra todo lado. Uma idéia puxa a outra e a dança contamina coadores, bolas de meia, pedacinhos de papel, chaleiras e prateleira. Cada uma das crianças da platéia imagina o que quiser, reinventa o universo com brinquedo e inventos para dançar. Espetáculo ganhador do “Prêmio FUNARTE Petrobrás de Fomento à Dança/2005”. Com Confraria da Dança, de Campinas. Domingos, às 16h SESC Santana

26 novembro 2006

Não sei se foi sonho ou um entre tantos pensamentos que vem antes de estar nos braços de Morfeu. O fato é que eu "sonhei" que publicaria esse curta pra Tatí, que adora dedicatórias. Aqui, coloco o link. Para ela fica registrado que vou gravar num DVD. Ah, o gravador de DVD...

Em OFF
Existe algo que atrai minha atenção quando vejo um homem usando camiseta, calça de moleton ... e chinelo! Aquele quê de intimidade a la vontê. Isso não é uma regra, vai ver é fetiche!

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Eu apenas queria que você soubesse, que aquela alegria ainda está comigo
Me sinto muito mais menina do que mulher quando uso vestido.
Gosto do rodopio.

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É verdade
Eu compro livro pelo título.

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Meias de lã
Sinto muita falta da minha avó portuguesinha.
Sinto ela por perto sempre.
E sempre me emociono.

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No chuveiro
Adoro cantar REFAZENDA.
DIARIAMENTE também.

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Se pudesse, todo dia
Gosto de dormir com o barulho da chuva.
Gosto de acordar com o canto dos passáros.*
E janela aberta...
*Tem um bem-te-vi aqui no bairro que só canta às cinco da tarde. Deve ter o relógio biológico incompatível com os demais.

SINTOMAS

- DOUTOR, ESTOU SENTINDO UMA RIMA TERRÍVEL.
- Onde é que dói?
- Às vezes, é bem aqui no peito. Às vezes, é uma pontada, aqui, na cabeça.
- O que é que o senhor faz, quando dói muito?
- Quando eu não agüento mais, eu faço um poema.
- Um o quê?
- Um poema. É uma espécie de mancha que dá bem no meio da página. Tem umas apavorantes. Mas também tem manchas lindas.
- E desde quando lhe acontecem esses poemas?
- Desde sempre. Desde quando, antes do ventre da minha mãe, eu fui pensado em alguma galáxia distante, por um planeta boiando na luz de um sol azul-amarelo-vermelho-verde-prata...
-Deixe-me ver sua língua
- O senhor não leve a mal, mas é uma lingua apenas portuguesa. Pouca gente no mundo já viu uma língua como essa.
- É, está feia sua língua. Mas não se incomode, que língua portuguesa ninguém presta atenção.
- Não é só a língua, doutor. Às vezes, tenho visões.
- Visões?
- É, vejo círculos, quadrados, triângulos inscritos em hexágonos, e linhas, linhas, linhas...
- O senhor conhece matemática?
- Só de nome.
- É, é mais grave do que eu pensava.
- Vou morrer?
- Um dia vai. Mas antes vai ser pior. O senhor pode ficar famoso.
- Para sempre?
- Não, quando é para sempre a gente chama glória. A fama passa.
- Ainda bem.
- Mas incomoda muito. Não tem horas em que o senhor sente que tem um estádio inteiro lhe aplaudindo de pé?
- Onde, doutor?
- Dentro da sua cabeça, é claro. Onde mais?
- Que alívio o senhor me contar isso. Pensei que estava ficando louco.
- Quem sabe? Quem sabe o que é loucura?
- Vá saber.
- Deixa eu completar os exames. Tem sentido muitos sintomas de concretismo gástrico ultimamente?
- Só quando eu vejo uma folha de letraset.
- Perfeito. Tem sentido algum soneto?
- Só de manhã, quando eu vou dormir de estômago vazio.
- Impulsos marginais?
- Depois que fui editado pela Brasiliense, meus sintomas marginais desapareceram. Deviam ser conseqüência do abuso da solidão e do provincialismo paroquial.
- Nada de pôrno, espero.
- Um filha-da-puta aqui. Um caralho ali. Porra. Cabaço. Gozar. Só essas coisinhas corriqueiras, que vovó não deixava dizer, mas estão no Aurélio.
- Entendo. Não admira que o senhor tenha tido tantos poemas recentemente. Mas vou receitar uma dieta que vai lhe deixar tão bom quanto qualquer subgerente de vendas.
- Antes disso, será que o senhor não me deixava cantar alguma coisa?
- Cantar? Mas eu não tenho nada aqui para o senhor cantar.
- Pode deixar que eu trouxe umas canções comigo.
- Cuidado. Cantar demais faz mal.
- Não se preocupe, doutor. Eu só vou cantar um pouquinho.
- Está bem. Pode começar.
- Desafinar um pouquinho, não ligue. É assim mesmo:

.........."Se houver céu depois da terra
..........e nessa estrela
.........a eterna primavera
..........pudera, tomara, que a vida quisera
..........que a gente se encontrara.
..........Proutra vida fica,
..........nosso amor mais louco,
..........fica tudo muito mais bonito,
..........fica a dita que faltou por pouco,
..........se houver céu...
..........Se houver céu,
..........como nessa vida não há,
..........a gente se achou bichinha
..........a gente se encontrará,
..........a gente se encontrará..."

- Letra e música suas?
- Letra e música.
- I see. Deixe-me ver. O senhor tem algum vício?
- Eu amo uma mulher chamada Alice.
- Há muito tempo?
- A vida toda.
- O senhor é o caso mais grave de poesia que eu já vi até agora. Preciso consultar uns colegas.
- O que é que eu faço, doutor?
- Tome duas estrófes e me telefone amanhã cedo, sem falta.

Paulo Leminski
Gozo Fabuloso
Página 148

25 novembro 2006

. de vista

Sexta-feira passada estava um clima bafinho do inferno. Dia muito quente. Noite abafada e sem vento. O tanque do meu carro na reserva; básico. No caminho de casa parei para abastecer. Foi quando avistei a locadora vinte e quatro horas. Pensei muito rápido: feriado na segunda-feira, livro, revista, sol, rede, cochilos, programação improviso e apaguei toda seqüência na qual eu tentava encaixar espaço para CINCO filmes quando lembrei do gravador de DVD.
Uma coisa tem que ser dita: a minha vida é uma antes (AG) e depois do gravador de DVD (DG). Aluguei cinco filmes na madrugada da sexta-feira e devolvi todos no sábado antes do meio-dia e ainda ganhei um bom desconto por devolver os filmes antecipadamente... Entre as locações estava O Albergue (Hostel). Esperava TANTO desse filme, mas tanto e a frustração veio na metade do filme - ou antes... Tem umas sacadas legais. Que fique claro que é uma aqui outra beeem lá longe e falta roteiro, como falta... Sem querer fazer média ou ficar em cima do muro, de repente o filme até que é bom e não seja o estilo de filme que eu aprecie. Para tirar a prova dos nove vou alugar Cabana do Inferno que é do mesmo roteirista e diretor. Bom, sem mais questionamentos por ora o que eu digo é: não gostei.
Nesse mesmo dia, aluguei Cidade Baixa. Não tive boas recomedações do filme nem quando em cartaz, nem do carinha da locadora que estava perplexo ao ponto de questionar "mesmo eu dizendo que todo mundo que aluga o filme não gosta você vai levar?" e teve como resposta meu curto, porém sonoro sim. Minha opinião? ADOREI. Uma realidade daquelas que a gente abaixa a cabeça ou olha para o lado oposto quando se depara com uma; sabe como é? Nos extras comentários do diretor e roteirista do filme S
ergio Machado que vale a pena mencionar "...imagino que seu eu tivesse feito um final menos aberto, menos complexo eu teria até tido ou talvez atingido um público maior, mas para mim era muito importante esse final aberto... eu queria fazer um filme que fosse como na vida: as coisas simplesmente não se resolvem... terminar um filme dessa maneira, você pode causar um incômodo no primeiro momento, mas meu desejo era fazer com que as pessoas levassem esse problema pra casa não 'tava, nesse momento pelo menos, interessado em fazer aquele filme que se resolve quando você sai do cinema e aí entra no corredor do Shopping Center e sai pra comprar uma pipoca... queria deixar um problema em aberto para as pessoas resolverem.... Há uma diversidade de leitura, tem gente que acha que o final é muito triste, tem gente que acha que é um final feliz, talvez seja um pouco das duas coisas porque a vida é assim cheia de momentos tristes e felizes..." A última frase é um tanto quanto caetaneada, e eu acho um encanto!
Vamos lá! Exercício...
Capítulo I: Perdendo o medo do ridículo e expressando a sua opinião sobre qualquer coisa. Não sabe? Pergunta, pesquisa no GOOGLE ou no Wikipedia!
Capítulo II: Respeite a opinião do outro. Independente do cenário a sua opinião é sua e não uma regra básica aplicada para tudo e para todos como verdade intocável e absoluta.
Capítulo III: Leia, escute, assista e depois opine. Não é porque o fulano disse ou saiu na Veja que é que vale como o certo.
Capítulo Final: E na casualidade da nossa troca de figurinha de cada dia é que temos a oportunidade de nos deparamos com o oposto, o avesso, o contrário da nossa até então convicção e o mágico acontecer: a transmutação da mesmice incrustada no inconsciente coletivo de cada um de nós. Transformamos e somos transformados...
C'est la vie
*Sem revisão ortográfica.
Passível de erro.
Depois eu revejo.
Agora, dá um beijo?
Fui..
**Será que vai voltar
A mania de rimar?


Ao acariciar seu rosto, ele avisa tenho calo nas mãos. Ela fecha os olhos, pressiona a mão que lhe acaricia entre a bochecha e ombro; um gesto de afeto. Ele tem as mãos brancas e toca o rosto dela num ato de guardar a imagem de rosto delicado. Camafeu. Por trás de toda delicadeza do momento há um desejo recíproco.

24 novembro 2006

"Parece uma insensatez guiar seus passos com absoluta confiança na vida, mas a alma que se atreve a fazê-lo logo se sente invadida por uma segurança que nenhum tipo de armadura gerada pela desconfiança seria capaz de produzir" Não, essa palavras não são minhas. É do Oscar Quiroga. Horóscopo do dia.
Sou geminiana, mas se lhe cair bem... fique a vontade para incorporar.

23 novembro 2006

VARIEDADE

Show
Monica Salmaso em Soneto com direção de Eugênia Thereza de Andrade. Interpretação ímpar. Primor de repertório. Em suma: imperdivel!
Livro
Memória de minhas putas tristes - Gabriel García Márquez. Comecei a ler no último feriado. Livro fino de letras grandes e leitura deliciosa. Estou encantada pelo protagonista da trama; confesso.
Revista
Revista Vida Simples. Sou assinante e assim que a revista chega a primeira coisa que leio é o poema publicado na última página, já falei isso? Ah, eu adoro os desenhos que ilustram as colunas homem de bem, alma feminina, sem destino e gambiarra. Fico horas olhando aqueles traços de trás pra frente e vice-versa.
Teatro
A História do Brasil segundo Ernesto Varela - Como chegamos até aqui? Interpretação e direção de Marcelo Tas. Montagem inteligente com humor peculiar do Marcelo Tas que leva diversão e reflexão sobre acontecimentos através de entrevistas, reportagens do Ernesto ou com um simples ponto de interrogação. Sensacional! (Destaque para entrevista rápida - de conteúdo - com Henfil, garotinho carioca na praia e o sensacional taxista)
Freqüentar
Atlanta Snooker Bar ou, se preferir, a segunda casa do Rod. Mais ou menos um ano atrás estive lá e dessa vez ao voltar encontrei praticamente todas as pessoas que conheci um ano atrás. Eles são uma família. Muito bom...
DVD
Cidade Baixa
Apesar das recomendações negativas, eu adorei.
Os Sem-Floresta.
Animação. (Re)pensei minhas idéias sobre o Aligator do interior.
NeverWas.
Faltou alguma coisa no roteiro, sei lá... Ainda assim é um bom filme sessão da tarde.

PensamentoDesabafoSemImportânciaAlguma

Minha mente viaja.
Uma frase.
Junto com uma conversa.
Inacabada, diga-se de passagem.
Monto uma história mirabolante.
Pronto: tá feita a desgraça! risos*
Depois de toda a viagem me pergunto:
Pra quê tudo isso, dona moça?
Qual o objetivo disso tudo?
Aonde quer chegar?
É tão complicado assimilar que a ordem das ações, nesse caso, altera completamente o resultado final?
E que as questões devem vir antes da pseudo-realidade criada por essa cabeça que tem cefaléia crônica?

Conclusões parciais:
Sim eu vou conhecer o Rio de Janeiro.
Não eu não vou passar o carnaval em Salvador.
Talvez eu mude de idéia sobre as opiniões expressas acima.
Nunca me questione a respeito desses escritos.
Sempre me faça convites, mande flores, poesias e cartas.
Aceite minha loucura assim; de graça.

22 novembro 2006



Miragem Do Porto
Lenine e Suzano

Eu sou aquele navio no mar, sem rumo e sem dom

Tenho a miragem do porto pra reconfortar meu sono
E flutuar sobre as águas da maré do abandono

Ê lá no mar, eu vi uma maravilha
Vi o rosto de uma ilha numa noite de luar
Ê tal luar lumiou o meu navio
Quem vai lá pro mar bravio
Não sabe o que vai achar
E sou a ilha deserta, onde ninguém quer chegar
Lendo a rota das estrelas na imensidão do mar
Chorando por um navio ai ai ô ô
Que passou sem lhe avistar
Ê lá no mar, eu vi uma maravilha
Vi o rosto de uma ilha numa noite de luar
Ê tal luar lumiou o meu navio
Quem vai lá pro mar bravio
Não sabe o que vai achar

A expectativa é a mãe da decepção.

Há inquietude em mim
Interna e urgente
Que tem aroma

Vontade
Tem gosto

Onde a
única dúvida
É o tempo
Do manifestar
Explodir, extrapolar
E se mostrar
Assim como é
Intensa
Breve
Pura
e
Verdadeira

Cheguei um prego. Cansaço mental. Cochilo de menos de uma hora e o despertar. Resisti o quanto pude, mas o que eu temia aconteceu: levantei, liguei o micro e me coloquei diante dele a digitar. Ouvi uma canção linda daquelas que fazem sorrir de título Casa Tudo Azul no programa do Rolando Boldrin - isso tudo antes de ligar o micro. Procurei a letra e nada... GOOGLE é o que mais tenho acessado nos últimos tempos: para o trabalho ou para o lazer. Sem paciência para muitas coisas, entre elas navegar na Internet - exceto para pesquisar canções. Evito ao máximo planejar 2007. Sinto vontade de parar e recordar em minucias o que vivenciei em 2006. Comum nos últimos tempos é, durante a tarde, sentir uma vontade súbita de desligar o micro, pegar meu livro e ir para o parque. Talvez ainda esse ano sacie esse desejo, vai saber...

19 novembro 2006

Sinto falta dos meus dedinhos agitados no teclado descrevendo minuciosamente observações mundanas da metrópole em que vivo. Meu olhar: testemunha ocular ora insana, ora fantasiosa. Observações que por vezes roubam horas do meu dia e me levam para um lugar longínquo e desprendem meus pés do chão. O inverso também ocorre, nos últimos tempos com mais freqüência. Também sinto falta de transcrever pensamentos e sensações acrescidos do desejo meu. Ludibriar. Diálogos por vezes inexistentes transcritos em fábulas fabulosas. Componente da minha loucura por vezes potencializado pela ira ou pela intensidade do momento (pensamento). Ápice da esquizofrenia ainda não manifesta, mas já existente em mim. São meus esses caracteres, esses pensamentos, essa imaginação peculiar, fantasiosa, questionadora e tantas vezes comum?
Não tenho muitas certezas, mas uma das que tive ao criar esses espaço foi de não fazer disso um diário virtual. Refeição completa: café, almoço e jantar. Prefiro te convidar para dividirmos um tempo juntos. Aceite o convite, pague o preço! Nada abusivo ou sacrificante; garanto. Um tempo - já que esse é relativo para cada ser. O suficiente para não se contaminar com minha angústia; porém degustar minha insanidade e, se ela se manifestar, se deixar envolver pela minha meninice.
Para que não haja mal entendido; combinamos:
Não faça desses escritos minha rotina.
Não crie essa fantasia.
Não há perfeição em todas as linhas.
Essa é a realidade que preservo.
Os defeitos - a maioria meus - estão infiltrados.
Uma espécie de mensagem subliminar.
Nada é tão puro, tão perfeito, tão limpo.... Seria um porre, não acha?
Ah! Ia esquecendo...
Sem aviso, tudo pode ser desfeito, reescrito, redescoberto ou reinventado.
Venha aqui... Flua e beba da fonte.
Absorva, mas não incorpore o que não lhe cai bem.
Compartilhemos idéias, desejos, sonhos, insanidades e sentimentos: os puros, obscenos e também os obscuros.
Para que isso aconteça é necessário um ato de coragem: há de se viver.

09 novembro 2006

Estou a dois passos...


De
chutar
o
balde...

Admito
Hoje senti falta de um dengo.
Um mimo. Uma proteção.
Dedicação e cuidado.
Talvez se resuma em afeto.
Como chá quente com aspirina.
Chamego, colo e edredom.
Com certeza não sobraria espaço para essa febre.

07 novembro 2006

Engavetados - parte I

Confesso que hoje te procurei da maneira que pude com as ferramentas que tenho. E te encontrei em formas várias. Descrito de tantas maneiras, em diferentes fontes. Nenhuma delas sequer era semelhante a que guardo em minha memória. Será que criei uma personagem? Nunca ouve essa tal realidade ou o que você vive é ficção? Chorei como há muito não fazia e sem sentir dor; sem rancor. Nem tudo compreendo. Nem tudo sei expressar através do meu fraco português. Lamento não dividir com você tudo o que sinto agora, todas as coisas que pela minha cabeça passam e se desfazem em lágrimas. Talvez o que meus olhos vêem não tenham valor nesse mundo de estética, ética e valores que julgo por vezes banais. Enxergo você pessoa e talvez seja essa minha grande fantasia.
"... o mundo é pequeno sem ter com quem dividir as coisas banais.
Faz muito tempo que eu não converso sobre a brisa e a sua cor..."
TODO ESSE AR - LUDOV

06 novembro 2006

Trocando figurinhas

OUVIR

  • Tambores da Serra - curta temporada no Teatro Brincante
  • Lenine - a discografia
  • Palavra Cantada
  • Itamar Assumpção

ASSISTIR

TEATRO

  • Não sou feliz, mas tenho marido no Teatro Renaissance
  • A cara do Brasil no Teatro Jardim São Paulo

DVD

  • Querido Frankie
  • Clube da Lua
  • Os sonhadores
  • Charlie e a fantástica fábrica de chocolate

CINEMA

  • O livro multicolorido do Karnak. Documentário com ilustrações do onde apesar do ingresso comprado para a estréia não pude comparecer para prestigiá-lo, pois uma faringite me derrubou literalmente. Aguardo o lançamento do documentário em DVD e ainda esse ano o show do Karnak no SESC Pompéia; claro!

LER

  • Berenice Procura de Luiz Alfredo Garcia-Roza
  • Tirinhas, quadrinhos e/ ou gibis

CONHECER

  • Sul da Bahia: de Arraial d'Ajuda até Corumbau.

CULTIVAR

  • Amigos, plantas, sonhos, idéias, fantasias, criança interior e tudo mais que achar interessante.