19 novembro 2006

Sinto falta dos meus dedinhos agitados no teclado descrevendo minuciosamente observações mundanas da metrópole em que vivo. Meu olhar: testemunha ocular ora insana, ora fantasiosa. Observações que por vezes roubam horas do meu dia e me levam para um lugar longínquo e desprendem meus pés do chão. O inverso também ocorre, nos últimos tempos com mais freqüência. Também sinto falta de transcrever pensamentos e sensações acrescidos do desejo meu. Ludibriar. Diálogos por vezes inexistentes transcritos em fábulas fabulosas. Componente da minha loucura por vezes potencializado pela ira ou pela intensidade do momento (pensamento). Ápice da esquizofrenia ainda não manifesta, mas já existente em mim. São meus esses caracteres, esses pensamentos, essa imaginação peculiar, fantasiosa, questionadora e tantas vezes comum?
Não tenho muitas certezas, mas uma das que tive ao criar esses espaço foi de não fazer disso um diário virtual. Refeição completa: café, almoço e jantar. Prefiro te convidar para dividirmos um tempo juntos. Aceite o convite, pague o preço! Nada abusivo ou sacrificante; garanto. Um tempo - já que esse é relativo para cada ser. O suficiente para não se contaminar com minha angústia; porém degustar minha insanidade e, se ela se manifestar, se deixar envolver pela minha meninice.
Para que não haja mal entendido; combinamos:
Não faça desses escritos minha rotina.
Não crie essa fantasia.
Não há perfeição em todas as linhas.
Essa é a realidade que preservo.
Os defeitos - a maioria meus - estão infiltrados.
Uma espécie de mensagem subliminar.
Nada é tão puro, tão perfeito, tão limpo.... Seria um porre, não acha?
Ah! Ia esquecendo...
Sem aviso, tudo pode ser desfeito, reescrito, redescoberto ou reinventado.
Venha aqui... Flua e beba da fonte.
Absorva, mas não incorpore o que não lhe cai bem.
Compartilhemos idéias, desejos, sonhos, insanidades e sentimentos: os puros, obscenos e também os obscuros.
Para que isso aconteça é necessário um ato de coragem: há de se viver.