18 outubro 2006

A arte de interpretar. A arte do observar.

Faz alguns dias que comentei que acreditava estar atenta aos acontencimentos ao meu redor blá, blá, blá... Enfim, hoje o dia foi tranqüilo - eu achei trema, perceberam?! - e não sei dizer bem qual foi o momento exato; o fato é que me bateu um aperto no peito daqueles que dói, sabe? Remarquei dentista para a próxima semana e fui para a palestra motivacional que rola vez ou outra na área em que trabalho atualmente. Eu particularmente curto porque vejo tudo com outros olhos... Absorvo as informações e o melhor: não preciso fazer média com ninguém afinal de contas eu sou um recurso, não é mesmo? Essas esporádicas reuniões são oportunidades únicas - e raras - em que no meio de alguns poucos eu tenho consciência de que penso. Não, não estou me comparando aos demais presentes julgando ter o comportamento correto e também não quero dizer que só eu absorvo. É que a minha falta de compromisso em fazer média ou dizer o que o chefe quer ouvir faz com que eu seja eu mesma; digo o que eu penso sem usar o racional ou medir palavras... Gosto de observar as pessoas e suas posturas, e tudo tão mágico e tão simples. Nessas horas é inevitável relembrar a frase de uma grande amiga que insiste em dizer que vivemos atuando o tempo todo.... Compartilho do pensamento.

"... Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu...

...Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi..."
Pedaço de mim
Chico Buarque 1977

17 outubro 2006

?

Tem uma pessoa que eu AMO de paixão. Ela e o marido. Mesma intensidade e tamanho. Eles são: Drica e Claudio que há pouco tempo me receberam no apartamento deles na Vila Mariana numa segunda-feira fria e eles tão cheios de carinho que o frio virou mero coadjuvante. Abre Parênteses Aqui em casa, tivemos um período de tempestades e trovoadas - já se vão uns três ou quatro anos... e que realmente foram com o recado de nunca mais voltar - xô, xô, xô! Drica e Claudio foram duas pessoas de um punhado de poucos e bons amigos que fizeram toda a diferença. Sou grata à eles e talvez nunca tenha dito. Fecha Parênteses.
Minhas conversas via MSN com algumas pesoas são hilárias e com a Drica é assim: sempre divertido. Ela diz - como 99% das pessoas com quem converso via MSN - que eu escrevo as frases do mesmo jeito que falo - e isso já basta pra ser divertido pra gente. Ela é inteligente e tem umas sacadinhas ótimas. Dia desses, ela on line diz que trocou o micro e o teclado não estava configurado. Tentei as duras penas ajudá-la on line e não tive êxito... Entre as teclas, ela não achava o ponto de interrogação, PORÉM tinha à vista o símbolo do Euro*. Entre tantas perguntas e sem o tal símbolo de interrogação, no final de cada frase interrogativa ela digitava (pergunto) no final. Agora pare e tente imaginar uma situação onde a pessoa está cheia de dúvidas, muitas perguntas. Eu recebia vários (pergunto). E muitas risadas - de doer a bochecha. Por mais pesado e exaustivo, esses momentos deixam o dia mais leve.
Hoje ela tem o teclado configurado, finaliza as frases com uma bela interrogação. E aí é que eu digo: nada como o aprendizado que gera conhecimento e bagagem.... para ser compartilhada! Sim, vamos dividir conhecimento. Sendo assim, conto com sua ajuda Drica e com a ajuda de quem mais possa para uma dúvida particular que paira no ar: eu não localizo o trema!!!!!!!!!!!!! Sabe onde fica (pergunto) Quero escrever aguento, ambiguidade, antiquissimo, consequência com tranquilidade... e trema! Não, não está em cima do número seis. Já chequei. Desde já, agradeço a atenção dispensada.
*Eu não tenho o simbolo do Euro no teclado.

Hoje

Um percursso de vinte minutos feito em uma hora e meia.
Outro de quarenta minutos feito em menos de meia hora.
Isso é São Paulo.

O retratro preciso do caos quando chove.

Itamar Assumpção eternizou tempos atrás o meu - hoje - exato sentimento na canção É tanta água.
E segue a letra, meu.

É tanta água despencando lá do céu
Meu Deus do céu meu Deus do céu
Meu Deus do céu o que que tá acontecendo
É São Pedro que ficou pinel
Com raiva de São Paulo é primavera é primavera
Só que só fica chovendo
São Paulo está tal qual a Torre de Babel é inflação
É vendaval é só papel esperanças vão morrendo
É só quimera e mais quimera mas que merda é não e não
E fel e fel mas que escarcéu que a gente tá vivendo
Não tem mais galo cantando não tem mais nem de manhã
Não vejo o sol que mundaréu que frio que tá fazendo
Garoa neblina sereno formando um véu
Quem me dera ver o céu mas eu só fico querendo
É chuva fina encharcando meu chapéu e o solidéu
E o solidéu e o solidéu daquele padre correndo
É primavera só que escreveu não leu escureceu água desceu
Meu Deus do céu o que que tá acontecendo
É tanta água
Itamar Assumpção

15 outubro 2006

Nasceu o dia

Mil pensamentos tomaram minha consciência resultando em muitos escritos. Todos ou grande maioria serão publicados. O cantar do bem-te-vi, a claridade que já fazia sombra entre as frestas da janela e a ausência do sono me motivaram para que eu levantasse e fosse observar o dia nascer. Atravessei a casa feito um zumbi, peguei uma caneca de água e abri a porta da sala. Estava claro, mas ainda sem sol. Pisei na grama molhada de orvalho e fui dar uma volta. Fiquei observando tudo aquilo, tentando fotografar o momento. Sentei na escada da sala com minha caneca e.... não é que o bem-te-vi de peito amarelo* se posiciona no muro de folhas verdes e se põe na minha frente a cantar? J U R O !!! Minha reação? Ria sozinha, num misto de felicidade, espanto e alegria. Depois do ousado bichinho muito cantar e sem nenhum sinal de intimidação; como se me desejasse bom dia (ou bons sonhos?) voou. Me deixou sorrindo e com uma sensação boa. Momento mágico, sabe? Respirei fundo, fechei a porta e voltei para o meu quarto. Ao som de Chico Buarque e com a claridade que já ultrapassava minha janela, demorei à pegar no sono...
*Pesquisei no Google se bem-te-vi tinha peito amarelo...

Nunca te vi, sempre te amei*

Não sei se funciona com todo mundo, com a grande maioria das pessoas ou só ocorre com 0,01% da população mundial, mas para mim é tão bom quando sei que estou completamente fora de sintonia da mesmice do pensamento coletivo, me sentindo extremamente auto-crítica ou em um período de constante questionamento(s) e conseqüente mudança - de humor e atitude - e aparecem textos de anônimos. Blogs e postagens de um cotidiano as avessas do meu, porém com reflexão não tão menos semelhante a minha. Rola identificação e conforta. É completamente diferente de absorver a idéia da pessoa ou somente ficar fascinada por seus escritos e sim saber naquele momento que compartilho de suas idéias; bebemos da mesma fonte. Bipolar, imprevisível e ponto. Já ouço o cantar dos pássaros me convidando para dormir. São 5:57...
*O título é (só) referência ao filme de 1986: 84 Charing Cross Road que não lembro de ter assistido na íntegra. Ah! Sim já te vi e nunca te amei - no sentido químico. Nos encontramos em situações surreais, dignas de postagens fictícias - o que não aconteceu. De hoje a um ano, quem sabe nos encontraremos de novo?

11 outubro 2006

Respondendo a minha pergunta

Sim, eu já publiquei parte disso aqui.

10 outubro 2006

Achados (ou) Perdidos

Quando se almeja ter o inexistente no momento presente.
Algo em mim pulsa em disritmia.
Confusão em meio a simplicidade do existir.
Coração e mente.
Simplesmente ser.



“...só eu posso pensar se Deus existe

Só eu

Só eu posso chorar quando estou triste

Só eu

Eu cá com meus botões de carne e osso

Eu falo e ouço

Eu penso e posso

Eu posso decidir

Se vivo ou morro por que

Porque sou vivo..”
Cérebro Eletrônico – Gilberto Gil

* Achei na pasta Rascunho do Outlook, sem data.
Achei bonito. Atual e poético.
Será que já publiquei por aqui?
Preguiça de procurar... depois eu verifico.

Preguiça...

09 outubro 2006

Melhora meu dia cantar ao volante com aquele sotaque de...

Lenine
" No dia em que ôce foi embora,
eu fiquei sentindo saudade do que não foi
lembrando até do que não vivi pensando em nós"

Lirinha
"O amor é filme
eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica
O amor é filme e Deus espectador!"

Fred Zero Quatro
"Ela é meu treino de futebol
ela é meu domingão de sol
ela é meu esquema..."

Geraldo Azevedo
"Dona da minha cabeça ela vem como o carnaval
E toda paixão recomeça, ela é bonita, é demais
Não há um porto seguro, futuro também não há
Mas faz tanta diferença como ela dança, dança..."

Tom Zé
"Meta sua grandeza
no banco da esquina
vá tomar no verbo
seu filho da letra
meta sua usura
na multinacional
vá tomar na virgem
seu filho da cruz"

E a lista vai crescendo... sugestão?

07 outubro 2006

Conviver

Detesto hierarquias. Não posso fugir delas. Vivo em sociedade. Nível hierárquico independe quando eu digo bom dia, por exemplo, ele sai no mesmo tom não importa se para a faxineira ou se para o meu superior. Dá para entender o que quero dizer? Por que dizer um suave e sorridente bom dia ao seu chefe e nem sequer olhar na cara da faxineira que limpa sua mesa, tira seu lixo e ainda - por vezes - pede licença para fazê-lo?
Saiba

06 outubro 2006

Ato I

Eu gosto de ficar sozinha o que é completamente diferente de me sentir sozinha. Acredito estar atenta aos recentes (?) acontecimentos dessa minha extra/ordinária/mente vida comum. Comum? Vamos ao dicionário. Entre tantas palavras, encontro definições como: normal, trivial, vulgar, usual, feito em comunidade, o geral, a maioria, a vulgaridade, etc. Não sinto que a minha vida se defina com uma palavra e se fosse não seria (só) comum. Nesse momento não vem outra em minha cabeça, sendo assim fica essa que está até porque definições e vocabulários não é meu foco nesse momento.

Penso muito nas influências que sofremos diariamente. O que comemos, como falamos, o que pensamos, compramos, vestimos, como nos comportamos, o que assistimos, ouvimos... Já na fase adulta, questiono o peso dos resquícios das informações recebidas na infância e adolescência e na continuidade da formação de caráter e/ ou personalidade.
Penso também nas quantias. Bilhões de informações que armazenamos e o tanto que temos para reciclar. No excesso de informação que por vezes trás - conseqüentemente - a desinformação ou o pensamento fabricado: o velho mais do mesmo de sempre.

Inteligência ficou cega de tanta informação.

Há de existir um tempo para reflexão e não só absorver o que está pronto. Ler algo e concordar porque é fulano quem disse e olha que fulano e gabaritado no assunto e estudou em tal lugar e trabalha para beltrano. Pergunto: e dai? Isso condiz com o que eu penso hoje; nesse momento?

Você questiona o que ouve ou lê? Escuta outras opiniões? Lê outros artigos? Pesquisa? Questiona - para si mesmo - ou simplesmente concorda e absorve as palavras e opiniões que muitas vezes não fazem para você o menor sentido por medo de mostrar sua pseudo-ignorância (que pode ser o melhor que existe em você) ou ainda por discordar da unanimidade e expor o que pensa de outra forma?

Toda unanimidade é burra

É meu caro, nem sempre e fácil muito menos vantajoso, mas isso é você nesse exato momento. Um dia, marrom foi minha cor predileta - sim, é verdade! Hoje gosto de várias cores, por exemplo, vermelho.

A gente muda, o mundo muda...

Já pensou em sair da casca? Colocar suas idéias na discussão? Você pode transmutar algumas velhas ideologias ou se questionar a respeito de velhos conceitos que carrega. Se por algum momento refletiu sobre as linhas acima; sugiro que faça isso. Quem disse que é preciso saber tudo ou ter uma opinião formada sobre assuntos: dos mais complexos aos corriqueiros?

Talvez o ato de questionar seja um caminho para (r)evolução.
Coloque um filtro - o seu filtro - antes de absorver idéias e pensamentos.
Fora
de ordem
Ouça.
Pense.
Questione.
Reflita.
Recicle.
Volte atrás.
Renove.
Acrescente.
Só não estacione no mesmo...