01 maio 2008

Depois de arrumar os sapatos, hora de desengavetar publicações

PARTE I
Na banheira, ela
Submersa
Transborda o pensamento
Afogam-se as palavras
O ar, na bolha, em vão
Se (des)faz


Platimpum
Biricuti
Fuí
QuaQuaQui

Assobia e chama
Acena ao longe
Cheia de sentimentos
Dormi só
Com o travesseiro


PARTE II
Marlboro vermelho
Difícil lembrar dos meus sonhos. Mais difícil lembrar da sensação e dos detalhes. Aquela noite foi diferente. Sonhei que estava leve, radiante e feliz. Na praia, entre pessoas queridas. Vestia uma calça jeans lavada e uma regata branca - meu traje de "consumo-desejo". E na mão, um cigarro. Tragava e sorria, fumava e ria...
De lamber os beiços
E foi tão rápido, e tão suave, que o medo de não ter deixado sua marca sutil é grande. Grande e rápida também é a velocidade que afasta esse pensamento sem graça nem gosto e resgata a sentimentalidade vivida do momento. O tempo é uma variável. E os minutos são questionáveis diante a situação. O sonho é intenso. A vontade é grande. Principalmente no que diz respeito a esses acontecimentos fora de hora. Que eles sejam uma constante. Que a degustação dos pequenos delitos seja sempre assim, saborosa.
Refletindo com os astros
Um dia qualquer da semana passada, ao trocar de canal, paro em um programa voltado para o público feminino. Em dado momento a "astróloga" diz para a protagonista da matéria que ela se mostra uma mulher forte e cheia de certezas, mas que ao mostrar seu lado frágil assusta. O outro sente-se enganado. E eu me pus a pensar...
Navalha cega
"...não quero pensar que devo deixar pra lá o que eu não quero deixar", diz a canção. OK. Concordo. Só que há um determinado número de tentativas antes realmente de deixar pra lá. Principalmente se o que se quer depende de outra pessoa ou é a própria em si. A medida da quantidade de tentativas é o seu bom senso. O excesso gera desrespeito (próprio).
Ridiculamente Sentimental
Ando assim
Piegas de mim
Riso Só Pra Si
Outro dia, não há muito tempo, em uma conversa virtual eu disse coisas engraçadas durante uma conversa com um amigo. Coisas que me fizeram rir. Do lado de lá, não sentia o mesmo impacto cômico. E isso me preocupou. Comentei com minha irmã sobre as tiradinhas e quão sensacionais elas foram, mas achei preocupante esse lance de "se achar cheio de graça". Foi uma conversa animada, mas o tema é preocupante. Nada para se encanar... até rio disso.
Solitudene
Então, tem dias que eu acordo cheia da minha confusão. Sentimentos, opiniões, quereres e afins. Me sinto um grão. Me calo e me isolo. E depois de um tempo, quando o tempo vai acalmando a alma, eu penso naquela canção que serviria de apoio. Serviria se não me fizesse rir. Daí eu melhoro. Às vezes leva mais do que algumas horas, mas eu melhoro.
Literalmente, pense.
Acho mais produtivo, em uma conversa, alguém questionar ou discordar de uma opinião ao invés de simplesmente concordar. Dizer que você está correto, que tem razão. Assim, de bate e pronto. O questionamento para evolução do ser. As diferenças em prol da mudança de postura, do pré-conceito sobre todas as coisas. Não absorva o que é publicado na revista ou passa na TV antes de questionar. Assimile as informações e (se) questione. Será que fui clara? Pode discordar.