06 outubro 2006

Ato I

Eu gosto de ficar sozinha o que é completamente diferente de me sentir sozinha. Acredito estar atenta aos recentes (?) acontecimentos dessa minha extra/ordinária/mente vida comum. Comum? Vamos ao dicionário. Entre tantas palavras, encontro definições como: normal, trivial, vulgar, usual, feito em comunidade, o geral, a maioria, a vulgaridade, etc. Não sinto que a minha vida se defina com uma palavra e se fosse não seria (só) comum. Nesse momento não vem outra em minha cabeça, sendo assim fica essa que está até porque definições e vocabulários não é meu foco nesse momento.

Penso muito nas influências que sofremos diariamente. O que comemos, como falamos, o que pensamos, compramos, vestimos, como nos comportamos, o que assistimos, ouvimos... Já na fase adulta, questiono o peso dos resquícios das informações recebidas na infância e adolescência e na continuidade da formação de caráter e/ ou personalidade.
Penso também nas quantias. Bilhões de informações que armazenamos e o tanto que temos para reciclar. No excesso de informação que por vezes trás - conseqüentemente - a desinformação ou o pensamento fabricado: o velho mais do mesmo de sempre.

Inteligência ficou cega de tanta informação.

Há de existir um tempo para reflexão e não só absorver o que está pronto. Ler algo e concordar porque é fulano quem disse e olha que fulano e gabaritado no assunto e estudou em tal lugar e trabalha para beltrano. Pergunto: e dai? Isso condiz com o que eu penso hoje; nesse momento?

Você questiona o que ouve ou lê? Escuta outras opiniões? Lê outros artigos? Pesquisa? Questiona - para si mesmo - ou simplesmente concorda e absorve as palavras e opiniões que muitas vezes não fazem para você o menor sentido por medo de mostrar sua pseudo-ignorância (que pode ser o melhor que existe em você) ou ainda por discordar da unanimidade e expor o que pensa de outra forma?

Toda unanimidade é burra

É meu caro, nem sempre e fácil muito menos vantajoso, mas isso é você nesse exato momento. Um dia, marrom foi minha cor predileta - sim, é verdade! Hoje gosto de várias cores, por exemplo, vermelho.

A gente muda, o mundo muda...

Já pensou em sair da casca? Colocar suas idéias na discussão? Você pode transmutar algumas velhas ideologias ou se questionar a respeito de velhos conceitos que carrega. Se por algum momento refletiu sobre as linhas acima; sugiro que faça isso. Quem disse que é preciso saber tudo ou ter uma opinião formada sobre assuntos: dos mais complexos aos corriqueiros?

Talvez o ato de questionar seja um caminho para (r)evolução.
Coloque um filtro - o seu filtro - antes de absorver idéias e pensamentos.
Fora
de ordem
Ouça.
Pense.
Questione.
Reflita.
Recicle.
Volte atrás.
Renove.
Acrescente.
Só não estacione no mesmo...