"... Ouvindo a chuva cair
No pé um pingo aqui
Fico sozinha, distraída ..."
August Day Song
Na voz de Bebel Gilberto
Com olhos de ver
criam
imagens
e fantasias
sobre o outro
sobre
(todo)
o mundo
é perigoso
que se fique
nessa redoma
onde
o vidro é fosco
embaralha visão
distorce realidade
e
se um dia
com olhos
de devaneios
da redoma
resolver sair?
tenho pena, tenho dó
não enxergará
o amor
é utópico e
incompatível dirá
como intocável
classificará
de tão perto
que está
o medo fará
sair em busca
de algo menor
mais frágil
menos trabalhoso
- mesmo que fútil -
do que
sua mente criou
enquanto
na redoma ficou
assim,
se sentirá melhor
menos só
e superior ao dom
do sentir
amor
querer bem
tenho pena, tenho dó
mas
se da redoma sair
e conseguir
enxergar
o brilho nos olhos
e a química
que não há como negar ?
momentos vivenciar
sem tempo
nem pressa
só com vontade
instintiva
se entregar
e experimentar
o toque na pele
cheiro e gosto
e ao (des)conhecido
se revelar
tenho pena, tenho dó
de que nunca
experimentar
sair da redoma
e querer enxergar
27 novembro 2006

"Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém, não enxergaríamos mais a nós mesmos."
O fim do quebra-cabeça
É difícil nesse momento
Controlar o impulso
Sentimento
e não te procurar
Retorna todo um passado
De palavras expressas
em mim Já não sei quanto tempo faz
Um ano, dias ou horas atrás
Posso dizer da sensação:
ruim Não sei por quanto tempo
Vai prevalecer a mania
O costume de te recordar
Querer (te) viver
Estou cansada; admito
Sinto que os segundos
São teus inimigos
Pois querem te levar de mim Fraca e esgotada
De tantos pensamentos
A cada dia
Mais eu me rendo
A um futuro
Veloz
Que página em branco
Está me oferecendo
E que por medo
ou falta de coragem
Eu ainda não disse o
SIM
Para proposta de trocar
Recordações por rasuras
Deixá-las na memória
E não mais como algo
Em mim FIM

Sábado. Casamento da prima. Tatiana e Cleber. Ela linda, realizando um sonho. Muita chuva. Alagamento. Dizem que é sorte. Assim seja! Parte da família reunida. Da igreja para a festa. Muita conversa, risada. Negociação do bouquet. Clima família com final feliz.
26 novembro 2006
Não sei se foi sonho ou um entre tantos pensamentos que vem antes de estar nos braços de Morfeu. O fato é que eu "sonhei" que publicaria esse curta pra Tatí, que adora dedicatórias. Aqui, coloco o link. Para ela fica registrado que vou gravar num DVD. Ah, o gravador de DVD...
Em OFF
Existe algo que atrai minha atenção quando vejo um homem usando camiseta, calça de moleton ... e chinelo! Aquele quê de intimidade a la vontê. Isso não é uma regra, vai ver é fetiche!
<><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><>
Me sinto muito mais menina do que mulher quando uso vestido.
Gosto do rodopio.
<><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><>
É verdade
Eu compro livro pelo título.
<><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><>
Meias de lã
Sinto muita falta da minha avó portuguesinha.
Sinto ela por perto sempre.
E sempre me emociono.
<><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><>
No chuveiro
Adoro cantar REFAZENDA.
DIARIAMENTE também.
<><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><> <><><><>
Se pudesse, todo dia
Gosto de dormir com o barulho da chuva.
Gosto de acordar com o canto dos passáros.*
E janela aberta...
*Tem um bem-te-vi aqui no bairro que só canta às cinco da tarde. Deve ter o relógio biológico incompatível com os demais.
SINTOMAS
- DOUTOR, ESTOU SENTINDO UMA RIMA TERRÍVEL.- Onde é que dói?
- Às vezes, é bem aqui no peito. Às vezes, é uma pontada, aqui, na cabeça.
- O que é que o senhor faz, quando dói muito?
- Quando eu não agüento mais, eu faço um poema.
- Um o quê?
- Um poema. É uma espécie de mancha que dá bem no meio da página. Tem umas apavorantes. Mas também tem manchas lindas.
- E desde quando lhe acontecem esses poemas?
- Desde sempre. Desde quando, antes do ventre da minha mãe, eu fui pensado em alguma galáxia distante, por um planeta boiando na luz de um sol azul-amarelo-vermelho-verde-prata...
-Deixe-me ver sua língua
- O senhor não leve a mal, mas é uma lingua apenas portuguesa. Pouca gente no mundo já viu uma língua como essa.
- É, está feia sua língua. Mas não se incomode, que língua portuguesa ninguém presta atenção.
- Não é só a língua, doutor. Às vezes, tenho visões.
- Visões?
- É, vejo círculos, quadrados, triângulos inscritos em hexágonos, e linhas, linhas, linhas...
- O senhor conhece matemática?
- Só de nome.
- É, é mais grave do que eu pensava.
- Vou morrer?
- Um dia vai. Mas antes vai ser pior. O senhor pode ficar famoso.
- Para sempre?
- Não, quando é para sempre a gente chama glória. A fama passa.
- Ainda bem.
- Mas incomoda muito. Não tem horas em que o senhor sente que tem um estádio inteiro lhe aplaudindo de pé?
- Onde, doutor?
- Dentro da sua cabeça, é claro. Onde mais?
- Que alívio o senhor me contar isso. Pensei que estava ficando louco.
- Quem sabe? Quem sabe o que é loucura?
- Vá saber.
- Deixa eu completar os exames. Tem sentido muitos sintomas de concretismo gástrico ultimamente?
- Só quando eu vejo uma folha de letraset.
- Perfeito. Tem sentido algum soneto?
- Só de manhã, quando eu vou dormir de estômago vazio.
- Impulsos marginais?
- Depois que fui editado pela Brasiliense, meus sintomas marginais desapareceram. Deviam ser conseqüência do abuso da solidão e do provincialismo paroquial.
- Nada de pôrno, espero.
- Um filha-da-puta aqui. Um caralho ali. Porra. Cabaço. Gozar. Só essas coisinhas corriqueiras, que vovó não deixava dizer, mas estão no Aurélio.
- Entendo. Não admira que o senhor tenha tido tantos poemas recentemente. Mas vou receitar uma dieta que vai lhe deixar tão bom quanto qualquer subgerente de vendas.
- Antes disso, será que o senhor não me deixava cantar alguma coisa?
- Cantar? Mas eu não tenho nada aqui para o senhor cantar.
- Pode deixar que eu trouxe umas canções comigo.
- Cuidado. Cantar demais faz mal.
- Não se preocupe, doutor. Eu só vou cantar um pouquinho.
- Está bem. Pode começar.
- Desafinar um pouquinho, não ligue. É assim mesmo:
.........."Se houver céu depois da terra
..........e nessa estrela
.........a eterna primavera
..........pudera, tomara, que a vida quisera
..........que a gente se encontrara.
..........Proutra vida fica,
..........nosso amor mais louco,
..........fica tudo muito mais bonito,
..........fica a dita que faltou por pouco,
..........se houver céu...
..........Se houver céu,
..........como nessa vida não há,
..........a gente se achou bichinha
..........a gente se encontrará,
..........a gente se encontrará..."
- Letra e música suas?
- Letra e música.
- I see. Deixe-me ver. O senhor tem algum vício?
- Eu amo uma mulher chamada Alice.
- Há muito tempo?
- A vida toda.
- O senhor é o caso mais grave de poesia que eu já vi até agora. Preciso consultar uns colegas.
- O que é que eu faço, doutor?
- Tome duas estrófes e me telefone amanhã cedo, sem falta.
Paulo Leminski
Gozo Fabuloso
Página 148
25 novembro 2006
. de vista
24 novembro 2006
23 novembro 2006
VARIEDADE
PensamentoDesabafoSemImportânciaAlguma
Minha mente viaja.
Uma frase.
Junto com uma conversa.
Inacabada, diga-se de passagem.
Monto uma história mirabolante.
Pronto: tá feita a desgraça! risos*
Depois de toda a viagem me pergunto:
Pra quê tudo isso, dona moça?
Qual o objetivo disso tudo?
Aonde quer chegar?
É tão complicado assimilar que a ordem das ações, nesse caso, altera completamente o resultado final?
E que as questões devem vir antes da pseudo-realidade criada por essa cabeça que tem cefaléia crônica?
Sim eu vou conhecer o Rio de Janeiro.
Não eu não vou passar o carnaval em Salvador.
Talvez eu mude de idéia sobre as opiniões expressas acima.
Nunca me questione a respeito desses escritos.
Sempre me faça convites, mande flores, poesias e cartas.
Aceite minha loucura assim; de graça.
22 novembro 2006
Miragem Do Porto
Lenine e Suzano
Eu sou aquele navio no mar, sem rumo e sem dom
Tenho a miragem do porto pra reconfortar meu sono
E flutuar sobre as águas da maré do abandono
Ê lá no mar, eu vi uma maravilha
Vi o rosto de uma ilha numa noite de luar
Ê tal luar lumiou o meu navio
Quem vai lá pro mar bravio
Não sabe o que vai achar
E sou a ilha deserta, onde ninguém quer chegar
Lendo a rota das estrelas na imensidão do mar
Chorando por um navio ai ai ô ô
Que passou sem lhe avistar
Ê lá no mar, eu vi uma maravilha
Vi o rosto de uma ilha numa noite de luar
Ê tal luar lumiou o meu navio
Quem vai lá pro mar bravio
Não sabe o que vai achar
A expectativa é a mãe da decepção.
Há inquietude em mim
Interna e urgente
Que tem aroma
Vontade
Tem gosto
Onde a única dúvida
É o tempo
Do manifestar
Explodir, extrapolar
E se mostrar
Assim como é
Intensa
Breve
Pura
e
Verdadeira
19 novembro 2006
09 novembro 2006
Estou a dois passos...
Admito
Hoje senti falta de um dengo.
Um mimo. Uma proteção.
Dedicação e cuidado.
Talvez se resuma em afeto.
Como chá quente com aspirina.
Chamego, colo e edredom.
Com certeza não sobraria espaço para essa febre.
07 novembro 2006
Engavetados - parte I
Faz muito tempo que eu não converso sobre a brisa e a sua cor..."
06 novembro 2006
Trocando figurinhas
OUVIR
- Tambores da Serra - curta temporada no Teatro Brincante
- Lenine - a discografia
- Palavra Cantada
- Itamar Assumpção
ASSISTIR
TEATRO
- Não sou feliz, mas tenho marido no Teatro Renaissance
- A cara do Brasil no Teatro Jardim São Paulo
DVD
- Querido Frankie
- Clube da Lua
- Os sonhadores
- Charlie e a fantástica fábrica de chocolate
CINEMA
- O livro multicolorido do Karnak. Documentário com ilustrações do Fê onde apesar do ingresso comprado para a estréia não pude comparecer para prestigiá-lo, pois uma faringite me derrubou literalmente. Aguardo o lançamento do documentário em DVD e ainda esse ano o show do Karnak no SESC Pompéia; claro!
LER
- Berenice Procura de Luiz Alfredo Garcia-Roza
- Tirinhas, quadrinhos e/ ou gibis
CONHECER
- Sul da Bahia: de Arraial d'Ajuda até Corumbau.
CULTIVAR
- Amigos, plantas, sonhos, idéias, fantasias, criança interior e tudo mais que achar interessante.
