10 setembro 2007

Cinzas de agosto

Overdose
Onde o melhor do excesso se fez presente
Peça No Retrovisor no CCSP. Pouco tempo depois eu, ela e ele assistimos a peça Os Solidores! no Espaço Parlapatões - Praça Roosevelt. Finalizamos a noite comendo lanche de pernil (Estadão). Cerveja, risos e risadas, uma conversa leve e descontraída. Diversão boa - e ingênua - que causa bons sentimentos e grava memórias. Nesse mesmo final de semana teve metrô, ônibus e Parque da Água Branca. Na Teodoro Sampaio comprei um tamborim verde. Volto para casa ouvindo Vanessa da Mata e Ben Harper saudosa de intimidade. Vejo surgir a paz ao invés do caos mental - me sinto feliz. Reunião de família, aniversário de criança e queda brusca de temperatura na cidade.

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Tem final de semana que nem os filmes tem final feliz...
Assisti Prime na noite fria e preguiçosa de um domingo - se ainda não assistiu o filme, aconselho que vá para o próximo tópico e não assista o vídeo. O fato é que nesses dias, o improvável pode acontecer: o não-final-felizes-para-sempre ou onde o humor vira reflexão... Que fique registrado que eu amei o filme e passei a semana cantarolando "... my breaking heart and I agree that you and I could never be so with my best, my very best, I set you free ..."
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Quanta sensação de bossa nova e jazz
Novas sonoridades. Batuques e sambas num suave cantar - me encanta. Ótimos passeios pelo centro da cidade ou pela Avenida Paulista. Convite para almoço em um bistrô numa terça-feira ou na Liberdade em plena quinta-feira. Show Era Iluminada - Vanguarda Paulista no SESC Pompéia na companhia da mana - Salve Itamar! Outro dia - sozinha - assisti Luiz Tatit no SESC Vila Mariana; um mimo para mim porque eu (sempre) mereço. Diversão no FILE 2007 na FIESP com mis compañeiros. Assistimos Léo Bassi - La Revelación onde o questionamento tomou o lugar do riso - SENSACIONAL! Cantina italiana na Bela Vista e quando vejo, já é madrugada... E a noite ainda não acabou - paradoxo.
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Feliz por viver num mundo tão desigual mas com momentos lindos
Passeio na aldeia dos guaranis com o GRUPO TERRA. Entre tantos e bons amigos um muito especial: o Celso. Esse mineirinho compartilhou tantas coisas comigo, nos divertimos muito durante todo o dia e quando chegou a hora da despedida me deu um aperto no peito e eu não queria dizer tchau... Nos encontraremos em breve, tenho certeza! Finalizo com trechos do e-mail que recebi do Celso - que é deficiente visual - descrevendo o passeio que fizemos juntos:
"...O silêncio da madrugada fazia eu mesmo ouvir com perfeição meus próprios passos bem ritmados, já que aqui tudo conheço, tudo sei em relação a minha cidade. Uma brisa da manhã realçava meu nervossismo talvez por ir num lugar tão diferente, tão fora de minha vida e meus cotidiano. Cheguei muito cedo em São Paulo, os ponteiros não andavam e tudo era demorado por demasiado! 6h e 40min marcava o apontador do tempo, meu maior inimigo, risos!..."
"...Pra que você possa entender, já que nunca veio em São Paulo, as principais linhas do metrô paulistano é num formato de uma cruz, então imagine uma cruz em que esteja fixada no chão.. O que está fixada no chão é o norte sul, e a travessa horizontal é o leste oeste.. Para eu chegar até o memorial é necessário eu embarcar numa ponta da cruz e quando chego no cruzamento das travessas que cruzam pra formar a cruz é necessário um desembarque de um e embarque no horizontal pra esquerda, efetivando assim então um embarque pra oeste..."
"...Em seguida fomos levados pra o centro da aldeia, passamos até chegar na casa de oração pelas moradias deles. Tudo lá é muito simples, são casas de madeiras e o telhado normal ou seja, telhas comuns. No recinto nada mudou, os índios pareciam estarem como sempre tranqüilos, estavam dentro de suas rotinas como se lá não tivessem estranhos! as índias lavavam roupas, cuidavam de seus filhos, estavam todas em silêncio quando por lá passamos. Entramos num cômodo, este bem menor que o anterior, e com certeza, bem menos aconchegante também. Sua porta única era tão estreita que tive de entrar do lado e um tanto quanto abaixado pois a casa além de pequena era baixa pra minha altura. Pela lateral esquerda a porta logo frente a entrada, porém do outro lado da extremidade da casa de orações havia uma pequena fogueira que queimava, queimava tão lentamente suas madeiras lá inserida como se só houvesse aquelas madeiras e que após seu consumo não houvesse mais lenha a queimar..."
"...Talvez num momento que ficará guardado em minha mente aconteceu quando eu saboreava num copo uma porção de amendoins cozido e uma dezena de pequenos índios me rodearam e compartilharam comigo no mesmo copo a deliciosa refeição. Com a ajuda de minha parceira eu inseria nas mãozinhas deles pequena quantidade de amendoins os que agradeciam num gesto guarani e saíam. Foi um dos momentos mais emocionantes, pois estavam frente a frente dois seres diferentes, eu com minha diferença por não enxergar, e eles por serem diferentes de nós seres brancos..."
"..E assim termino meu conto feliz, feliz por poder compartilhar estes momentos, feliz por fazer parte do Grupo Terra, feliz por ter uma amiga gentil que pela primeira vez esteve nos visitando ontem neste passeios, feliz por viver num mundo tão desigual mas com momentos lindos! ..."