04 julho 2007

Ensaio da Inquietude Urbana

Cortei os cabelos e decidi por não mais colori-los; hoje eu os quero castanho. Amanhã quem sabe ruiva, mas hoje morena. Doei roupas, sapatos, bolsas e tudo mais que não cabe em mim - no mais amplo sentido da palavra - e ainda permaneço com a sensação que tenho mais do que preciso. Organizei gavetas e estantes. Troquei cortinas por persianas. Meu lençol é azul e o edredom, laranja. Tenho flores no meu quarto e nada além do que o porta-revistas no chão. Arrumei o carro e como conseqüência ônibus, metrô e longas caminhadas. Coloco as contas em dia, faço planos e cálculos futuros. Como experimento (terapêutico) vou para a cozinha - fiz uma torta salgada deliciosa. Penso em fotografia, música e quase nada de TV. Mais cinema do que teatro. Menos shows do que gostaria. Resgato (bons) momentos em família. Julho com trânsito. A arte de questionar me deixa ácida e crítica - às vezes beira ao insuportável. Diariamente percebo como é desafiador o desacelerar dos ponteiros... tic tac irônico.