24 setembro 2006

Pseudo R *

Primos. Por parte de mãe somos em quinze. Em relação à idade temos no máximo dois ou três anos de diferença, isso quando a idade não é a mesma. Todos nascidos e criados no mesmo bairro. O fato de morarmos perto e a pouca diferença de idade talvez tenha sido o que facilitou nosso convívio durante a infância e nos deu o privilégio de colecionar ótimas histórias. Sim somos saudosistas. Temos boas recordações e casos hilários para contar. Daí veio a adolescência e o afastamento foi inevitável, fazendo dos freqüentes encontros acontecimentos raros. Nós não perdemos o contato, porém não somos tão próximos como nos tempos em que aos domingos assistíamos juntos Os Trapalhões ou brincávamos na "chácara" que hoje aos nossos olhos nada mais é que um grande (?) terreno baldio no fundo da casa da minha avó. Já somos adultos e mesmo com a distância e a pouca convivência eu sinto que alguns fizeram escolhas muito parecidas, seguiram mais ou menos o mesmo estilo de vida trilhando caminhos parecidos. Sintonia. É o que acontece com a Léa. Antes de começar, duas curiosidades:
  • De acordo com a gramática, meu nome deveria ter acento e não tem. O dela não deveria e tem.
  • Outra é que fazemos parte da saga dos dois nomes próprios seguido do sobrenome. Diga-se de passagem, que a saga teve início com o nascimento da mãe dela.
Voltando..
Léa é linda, inteligente, criativa, batalhadora e uma das poucas pessoas que conheço - se não for a única - que consegue falar mais rápido do que eu. Semanas atrás recebo uma ligação onde ela contava trechos de uma história que vivenciou e eu do outro lado da linha fascinada com tudo que ouvia. Me disse que embarcaria para Europa no final daquela semana e ficaria lá por pouco tempo. Era mais que uma viagem; era uma aventura. Grande desafio. Tentei ajudá-la como pude, afinal de contas o que eu conheço da Europa? Já dizia Fernando Pessoa "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena" e eu, mesmo com o dia extremamente corrido, usei minha habilidade em pesquisa na Internet e mandei alguns links com dicas dos lugares que ela visitaria e fiquei torcendo para que fossem úteis. Torci tanto por ela. Um sentimento bom. Viajar é um dos hobbies que temos em comum e essa não seria uma viagem qualquer. Ela e a Europa. O final da história eu não sei contar. Pelo pouco que falamos senti que o saldo foi positivo. Entre mapas e guias turísticos, ela trouxe na bagagem grandes aprendizados - e isso não têm preço.

Naquela ligação que recebi antes dela embarcar eu pedi, se possível, uma foto do café onde foram gravadas cenas do filme Le fabuleux destin d'Amélie Poulain. Semana passada recebo um e-mail com duas imagens em anexo que me emocionaram muito. É, eu sou boba mesmo ou manteiga derretida, como ela disse. Minha resposta ao e-mail? Até eu me surpreendo como é (tão) fácil me fazer feliz. Antes de publicar as fotos - minhas preciosas recordações - falei com ela que aproveitou para contar que o café é bem menor do que ela achava. Disse também que na foto onde está a imagem da Amélie; é o vidro onde no filme ela escreve o cardápio. Ficou a promessa de voltarmos lá juntas. Parte de um sonho que temos em comum, mas isso já é outra história...




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*Esse post está no rascunho desde o dia 19/09 e eu não publiquei porque não conseguia carregar as fotos. Isso mesmo: o tal do perfeccionismo! Ontem - 23/09 - já (bem) tarde da noite eu assistia LOST e lembrei do aniversário dela. Foi dia 20/09 e eu não liguei... Que coisa louca isso, não? Na véspera de seu aniversário cá estou eu a digitar coisas sobre alguém que gosto, só que não publiquei. Também não liguei e só existe um motivo para isso: eu esqueci! Fica aqui, meu presente virtual pra você. Sim, a pizza ainda está de pé! E claro, eu te ligo AMANHÃ desejando os parabéns.