30 julho 2006

Três por Quatro

Sou muitas para vários e tão poucos me conhecem. O tempo de relacionamento é ínfimo nessa situação. Soam de tantas bocas palavras doces - é nessa hora que me vejo várias e por vezes dúvido dessa doçura. Bobagem. Há algum tempo vivo por não querer formar uma imagem do correto, do belo, do certo. Isso implica em mostrar outros lados. Exposição. Apenas sou, e quando não sou causa(o) dor em mim. Eu mudo. Camaleão. Erros e acertos. Exercito o direito na exigência do respeito. Minhas fotos de infância não lembram em nada o que vejo agora. Talvez o nariz arrebitado é o que me liga ao passado. São poucos os outros traços. Mudo a voz, a maneira de olhar e a intensidade do brilho, a maneira de sentir. Tudo isso num breve espaço. Num curto tempo. Almejo ser guiada pelo instinto. Pelo sentir. Canalizando sentimentos negativos e positivos. E é quando me perco em questionamentos, análise e dúvidas - por vezes cruéis - do dia-a-dia essas muitas de mim se refletem pelas pessoas. Pessoas que fazem parte do cotidiano ou ciclo social. Elas trazem à tona minha essência olhando nos meus olhos e eu sinto. Canalizo. Sentir esse que por vezes é impossível ou irreal pela escrita. Em muitas frases não me vejo, não me acho - não sou. Canalizo. Alguém que te olha nos olhos, mesmo ao apontar um defeito tem intimidade e espaço para isso. Canalizo. Resposta ao meu treino do sentir e expremir tais sentimentos. Cultivar. Estou em constante formação. Busco o belo e certa leveza na poesia. Minha criatividade expande, assim como meus sentidos. Gosto de gente e com elas coloco em prática a aceitação: meu desafio. Um sonho transformando-se em objetivo com direito a trilha sonora. Reconheço: eu mereço. Mereço sonhar em atingir um objetivo e conquistá-lo. Minha inteligência e emoção são armas poderosas nessa caminhadas. Me sinto leve e mais uma noite se aproxima.