15 outubro 2005

Insônia - a crônica

Noite quente e sem brisa. O cansaço faz com que o sono chegue antes do que de costume – ou desejado. Quase às cinco da manhã ela acorda. Perde o sono. Vira de um lado para o outro. O quarto está muito abafado apesar do ventilador ligado – velocidade mínima. Espreguiça. Levanta com seu pijama de listras e vai até a sacada do apartamento. Acende um cigarro e deixa o olhar vagar. Distante. Não consegue pensar em nada. Só sente o calor. Observa os prédios ao redor e suas luzes acesas e a avenida - diariamente congestionada - com seu pouco fluxo. Entre uma tragada e outra, se perde no abrir e fechar do farol. Só observa, não pensa. Ouve o cantar dos pássaros e os admira. São sobreviventes nessa selva cinza. Volta para cama. Liga a televisão e começa a procurar algo que não prenda sua atenção; caso contrário ela não vai voltar a dormir. Relembra uma canção que há tempos não ouve. Esboça um sorriso no rosto. Deixa a televisão ligada, mas vira de costas. Se ajeita entre travesseiros e lençóis e o sono logo vem.