19 agosto 2005

Rascunho - Crônica

A cabeça pesa. Idéias passam num filme sem sequência - sem cessar. Sensação de perda. Em algum momento ela se perdeu, tomou uma direção e foi.. sem sentir. No dia-a-dia usa de artimanhas para (se) maquiar e assim fica mais fácil encarar um dia de claro, por exemplo. Tem um olhar parado, nenhuma expressão em sua fisionomia. Enquanto isso, perdida em pensamentos, ela vagueia: "se tivesse largado tudo seria diferente?" Mergulha dentro de si e sente que o medo só a impediu de vivenciar emoções. Como seria? - continua a pensar - e um aperto súbito lhe toma. Atravessa a sala fria de seu apartamento que divide com ninguém. Na cozinha prepara um chá. Quem sabe ajude a aquecer o corpo que é frio como o que lhe resta de sentimento. Seu telefone não toca. Tem uma TV como companhia. Mas hoje, nada lhe causa distração. Não tem como fugir do que é seu. A felicidade foi coisa que não cativou.